A Bíblia, como todos sabem, é o livro mais conhecido do mundo. Em 1534, quando Martinho Lutero traduziu sua Bíblia alemã, circulavam no mundo cerca de 15 traduções. Esse número aumentou para 75, em 1800.
Em 1900, subiu para 567 traduções. Atualmente, a Bíblia completa ou em partes, foi traduzida para mais de 2000 línguas e dialetos. A primeira tradução da Bíblia inteira para o idioma português é a de João Ferreira de Almeida, datada de 1748. As duas versões mais apreciadas pelos evangélicos brasileiros (a edição Revista e Corrigida e a Revista e Atualizada) baseiam-se exatamente na tradução deste abençoado homem de Deus.
Além das tradicionais versões Corrigida e Atualizada, há, especificamente entre os evangélicos, inúmeras traduções ou versões. Por exemplo: Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Nova Versão Internacional, Bíblia de Estudo Pentecostal, Bíblia das Promessas, Bíblia de Estudos das Profecias, Bíblia Apologética, Bíblia Viva, Bíblia Vida Nova, Bíblia de Estudo Plenitude, Bíblia de Estudo da Mulher, Bíblia Jovem, Bíblia Infantil etc.
Qual dessas versões ou traduções refletem melhor o texto original?Inicialmente, faz-se mister saber, para decepção de alguns, que não há nenhum manuscrito original da Bíblia. Os que existem são cópias de cópias, feitas ao longo dos séculos. Todavia, trata-se, para confortos dos decepcionados, de verdadeiras cópias dos antigos manuscritos originais. Os principais são: o Sinaítico, o Vaticano e o Alexandrino.
Através da crítica textual (comparação das diversas traduções) descobre-se raríssimas contradições ou variações (apenas 1% dos textos).
Portanto, 99% do conteúdo da Bíblia tem o seu sentido preservado. Vale lembrar que a crítica textual é um dos métodos usados com eficiência para se avaliar a autenticidade de documentos históricos, tais como os de Aristóteles, Homero, Platão etc.As diferenças de vocábulos entre as diversas versões não alteram em nada o sentido original. Por exemplo, na versão Corrigida, lê-se: “Vinde, então, e argüi-me, diz o Senhor” (Is.1:18a); na Atualizada: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor”; na Bíblia na Linguagem de Hoje: “O Deus Eterno diz: ‘Venham cá, vamos discutir este assunto”; na Bíblia do Pão (católica): “Vinde, debatemos - diz o Senhor”.
Os verbos argüir, arrazoar, debater e discutir são equivalentes, isto é, possuem o mesmo sentido. Ainda sobre o mesmo versículo, na Corrigida lê-se: “Ainda que os vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a lã”; na Bíblia Viva: “Mesmo que os seus pecados sejam vermelhos como sangue, Eu os deixarei brancos como o cal”. Numa tradução africana, em uma região onde não havia neve, traduziu-se “ brancos como a neve” por “brancos como a polpa do coco”. As expressões “branco como a neve”, “branco como o cal” e “branco como a polpa do coco” transmitem a idéia original, ou seja, que Deus pode eliminar toda mácula do pecado.
Fonte: Verdade On line
Um blog que mostrará a verdade. "Então conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará" (Jo 8:32).
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Detalhes Livros Apócrifos
Os apócrifos não suportam a menor prova de autenticidade e inspiração divina
No contexto bíblico o termo apócrifo alude à coisas secretas, místicas, ocultas. termo á grego e tem este sentido literal.Já no campo religioso o sentido é não genuíno, impuro, falsificado. Tal sentido teve início com Jerônimo, quando da sua tradução da Vulgata Latina (382-405 dC).
Quando a Bíblia foi inicialmente traduzida para o latim em 170 dC ( a versão conhecida por Vetus Ítala), seu Antigo Testamento foi traduzido do grego da versão Septuaginta, feita antes da era cristã, e não do texto hebraico original. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata Latina, como acima mencionamos, com relutância incluiu os livros apócrifos, porque a isso foi compelido por seus superiores eclesiásticos, mas recomendou que esses livros não servia como fonte de fé e doutrina.
Detalhes sobre os livros apócrifos
Os livros apócrifos atuais são os que aparecem isentos nas Bíblias de edição católica-romana e também em certas edições protestantes, como, em resumo, esclarecemos a seguir.
Os líderes judeus ortodoxos nunca permitiriam a inserção desses livros na Bíblia, que consiste no cânon hebraico do Antigo Testamento. Na Bíblia de edição romana, o total de livro é de 71 ( e não 66, como a protestante) porque a Igreja Romana desde o concílio de Trento, em 1.546, aprovou e incluiu no cânon do Antigo Testamento, sete livros apócrifos então existentes e mais quatro apêndices e livros canônicos, somando ao todo onze escritos apócrifos nas Bíblias oficialmente adotados por esta igreja.
A primeira Bíblia a trazer os apócrifos ( e muito mais que os atuais) foi a versão Septuaginta, feita do hebraico para o grego, em Alexandria, Egito, cerca de dois séculos antes da era cristã.
Seus tradutores, judeus liberais, trabalhando fora de sua pátria, e apenas como tradutores a serviço do trono do Egito, inseriram os apócrifos no cânon sagrado, como se eles fossem divinamente inspirado como os demais livros que compõem o referido cânon.
Segundo a tradição em documentos da época, a Versão Septuaginta foi feita para prioritariamente enriquecer o acervo do que era na época a maior biblioteca do mundo a de Alexandria.
Da Septuaginta os apócrifos passaram para a Versão conhecida como Vulgata Latina, da qual fizemos referência. A Vulgata continua a ser a versão oficial Romana, o que foi há pouco mais de um século ratificado pelo concílio Vaticano I, em 1.870. O termo "apócrifo" aparece no novo testamento grego, em passagens como Mc 4.22b, Lc 8.17b e Cl 2.3, sendo variavelmente traduzido como qualquer leitor da Bíblia pode verificar.
"A Vulgata Latina continua a ser a versão oficial da Igreja Romana, o que foi há pouco mais de um século ratificado pelo Concílio Vaticano I, em 1.870".
Jerônimo recomendou claramente que esses livros não podiam servir como fonte de fé e doutrina.
"Do ponto de vista religioso, uma cuidadosa comparação entre 1o e 2o Macabeus mostra que ele se contradizem. Há neles lendas extravagantes.
Livro de 2O Macabeus (que é mais religioso que o primeiro) justificava o suicídio e sancionava a prática da oração pelos mortos, além de outros ensinos extra bíblicos".
Os líderes religiosos judeus jamais aceitaram os escritos apócrifos no cânon sagrado que eles, com fervor, cuidado e escrúpulo religioso, conservam como o seu maior tesouro desde os tempos de Moisés. Esses livros também nunca foram aceitos pela igreja primitiva nos seus primeiros séculos.
O movimento da Reforma Protestante que procurou reconduzir a igreja às suas bases, preceitos e princípio bíblicos, também os rejeitou terminantemente, como textos divinamente inspirados, e portanto, impróprios para integrarem o cânon das Sagradas Escrituras.
Os escritos apócrifos que circulam atualmente em certas Bíblias são:
Tobias (após o livro de Neemias)
Judite (após Tobias )
Sabedoria de Salomão (após Cantares de Salomão)
Eclesiasticos (após Sabedoria de Salomão)
1O e 2O Macabeus (após Malaquias)
Estes são livros inteiros, mas há também quatro apêndice a livros canônicos
Cântico dos Três Santos Jovens (após o capítulo 3 de Daniel)
História de Susana (após o capítulo 13 de Daniel)
Bel e o Dragão (após o capítulo 14 de Daniel)
e finalmente fatos da vida de Ester e Mardoque (após o livro de Ester) Este último livro apêndice é um dos mais longos.
RESUMO DO CONTEÚDO DOS APÓCRIFO
Um artigo limitado como este não comporta uma análise detalhada de cada um dos livros e apêndice apócrifos. Damos apenas uma simples suma como segue.
T O B I A S
Contém fantasias que qualquer leitor, isento de preconceitos religiosos e bem intencionados, logo notará que são mitos. O conteúdo do citado livro favorece a superstição e coloca em destaque um anjo mentiroso e até mesmo blasfemo.
O livro ainda insinua sem rodeio a salvação mediante obras e também induz a pessoa a mentir.
Apresenta esmolas como uma forma de expiar o pecado. Destaca a prática da magia e do ocultismo ; inclusive, discorre sobre um espírito mau que se apaixona à determinada mulher.
JUDITE
Apresenta em resumo uma narrativa fictícia de uma senhora judia, viúva da cidade de Nínive, que através de certas peripécias torna-se heroína. Os conceitos que aparecem no livro ensina que se o fim é útil e proveitoso, os meios utilizados para alcança-los, mesmo que sejam maus, são justificados. Ora, isto é sutileza e nada tem com a inspiração divina que perpassa pelos livros canônicos do Santo Livro.
SABEDORIA DE SALOMÃO
Este livro leva o nome deste terceiro rei de Israel, entretanto não tem conexão com ele. O dito livro deixa claro a falsa doutrina da reencarnação. Também a moral que o livro apregoa em seus provérbios e máximas vê-se que é deficiente em relação ao que a Bíblia ensina nesse particular, desde os seus primeiros capítulos.
E C L E S I Á S T I C O
É também chamado de sabedoria de Jesus, filhos de Siraque. Tem certa semelhança bem distante com o livro canônico de Provérbios, mas nota-se que não há nele nada de inspiração divina, como nos livros normais da Bíblia. Não há nada de peso espiritual nele que o iguale a um livro similar, seja do Antigo ou do Novo Testamento. O absurdo do livro de eclesiástico é ensinar o princípio do panteísmo e também o da moral comprometida.
B A R U Q U E
É uma espécie de lamento pela queda de Jerusalém, quando de sua tomada por Nabucodonossor. É o maior dos livros apócrifos : contém 51 capítulos. No seu final, o livro contém a epístola de Jeremias (que em certas bíblias que incluem os apócrifos, é considerado um livro à parte).
Esse Baruque é tido como o escriba do profeta Jeremias, da bíblia. Os Judeus nunca aceitaram esse fato como verídico.
1o e 2o M A C A B E U S
Ambos os livro contém abundante material histórico que conduz a outras fontes históricas da época.
Portanto, são livros de utilidade para pesquisas históricas, mas isso jamais os qualifica como livros divinamente inspirado, e genuinamente bíblicos.
Há neles detalhes impressionantes conducentes à revolta dos irmãos Macabeus, ocorrido no período interbíblico, entre os profetas Malaquias e o ministério de João Batista, o precursor de Jesus, já no Novo Testamento.
Do ponto de vista religioso, uma cuidadosa comparação entre 1o e 2o Macabeus mostra que eles se contradizem. Há neles lendas extravagantes. O livro de 2o Macabeus (que é o mais religioso que o primeiro) justifica o suicídio, e sanciona a prática da oração pelos mortos, além de outros ensinos extrabíblicos.
Quanto aos apêndices a livros canônicos já mencionado, o seu conteúdo é da mais simples interpretação e análise, mas todos eles contém impropriedades que os desacreditam como textos inspirados do cânon sagrado.
Por exemplo ; a história de Bel e o Dragão apensa ao livro de Daniel, de um lado contém absurdos no seu relato, e por lado alguma coisa ridícula, indignas de escrito supostamente bíblico.
FATOS QUE IMPUGNAM OS APÓCRIFOS COMO LIVROS DIVINAMENTE INSPIRADO
1 ) Eles foram escritos no chamado período interbíblico ( isto é entre o Antigo e Novo Testamento ), exatamente numa época em que o cânon das sagradas Escrituras hebraicas estava encerrado. Nenhum profeta literário Deus suscitou naquele tempo. Basta isto para tirar-lhes qualquer pretensão da canonicidade.
2 ) Quando os apócrifos foram aprovados pela Igreja Romana para constarem da bíblia, o cânon das escrituras hebraicas já era reconhecida, fixado e ratificado pelos judeus, desde o Concílio de Jamnio, em Israel, no ano de 90 dC. O Concílio de Trento foi convocado pela Igreja Romana para a tomada de medidas urgentes destinadas a conter o avanço do movimento religioso da Reforma Protestante que ameaçava de vários modos o Catolicismo Romano, o qual via nesses livros base para apoio de suas doutrinas antibíblicas, como:
Salvação pelas obras,
Oração pelos mortos,
Tradição religiosa de igual autoridade que revelação divina,
Meios justificando os fins. (os jesuítas adotaram este princípio maldito na famigerada Inquisição).
3 ) Os tradutores e editores judeus, da versão septuaginta, incluíram por sua conta os apócrifos nessa versão e isso causou a impressão de serem canônicos, sem o serem. Ora isso aconteceu fora da Palestina (de então), no Egito, e destinada inicialmente aos fins indicados neste artigo. Os líderes judeus da então Palestina nunca teriam feito isso, por temor a Deus, por ortodoxia religiosa e porque nunca haveria consenso entre eles nesse sentido. Em resumo : não foi por serem canônicos que os apócrifos foram incluídos na Versão Septuaginta, mas a sua indevida inclusão deu esta impressão.
4 ) Os lideres cristão da Reforma publicaram inicialmente a bíblia com os apócrifos, mas colocando-os como um apêndice no final do Antigo Testamento ; não como livros inspirados, mas apenas com valor literário. Entretanto, a confusão que se seguiu foi inevitável entre o povo leigo, que não sabe distinguir entre um escrito apócrifo e um autêntico, em se tratando de texto bíblico. Até 1.827 a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira publicou a bíblia (em inglês) com os apócrifos, mas com as complicações surgidas e sempre crescente do público, decidiu descartar isso.
5 ) Nenhum livro do Novo Testamento cita qualquer dos apócrifos, os quais existiam naquele tempo. Este fato, por si só constitui um solido argumento para a recusa dos evangélicos quanto aos apócrifos. Os seus defensores invocam a Epístola de Judas(versículo 14 e 15), alegando que trata-se ali do livro apócrifo de Enoque (livro esse não aceito pela Igreja Romana. Trata-se de um livro de natureza apocalíptica, muito extenso). Judas, o escritor sacro, não fez uma citação desse tal livro de Enoque : ele cita uma profecia original de Enoque, o homem que andou com Deus, do livro de Gênesis. Uma coisa é que Enoque, o homem ; outra é o livro apócrifo deste nome.
6 ) Flávio Josefo, o grande historiador judeu, rejeitou totalmente os apócrifo. Quem compulsar a sua obra notará a sua clareza nesse particular. E Josefo, como ser humano, é uma autoridade respeitável até hoje. Inclusive, as recentes descobertas em Israel através da arqueologia vieram comprovar muitas informações encontradas nas obras deste celebre historiador.
7 ) Jesus, o Filho de Deus e nosso bendito salvador, nunca os citou nos seus sermões e ensinos, e os apócrifos já existiam quando Jesus aqui viveu e ensinou. Se tivessem autoridade divina, Jesus os teria citado, como mencionou tanto outros escritos e mensagens dos sacros escritores da Palavra de Deus. Se Jesus silenciou nesse particular, vamos nós acolher e exaltar os apócrifos como sendo a Palavra de Deus ?
8 ) Qualquer leitor cristão que se acerque da bíblia com devoção, temor de Deus, oração, fé sincera e humildade, e depois lançar mão de um livro apócrifo, notará imediatamente que os apócrifos nada tem de inspiração divina.
9 ) Sempre que um determinado segmento da igreja cristã experimentar um real despertamento bíblico, como a história da igreja registra diversos, os apócrifos são esquecido e a igreja passa a cuidar de coisas mais edificantes para o Reino de Deus.
Mas, à medida que determinado segmento passa por calmaria e entra pelo caminho de secularização e do humanismo, ocorre o sutil e nocivo retorno passando a considerar os apócrifos como de importância bíblica, para a fé e a doutrina cristã.
Não estamos a falar de supostos avivamentos, promovidos pelo homem, mas de reais avivamentos do Espírito Santo.
INFORMAÇÕES FINAIS
Há ainda outros escritos religiosos não-canônicos relacionados, tanto com o Antigo como com o Novo Testamento. São chamados pelos eruditos de pseudos-epigráficos, isto é. falsos escritos. Os mais destacados somam 26 títulos. Os principais dos tempos do Novo Testamento somam 24. Inovações doutrinárias continuam a fustigar a Igreja, e não duvidamos que em qualquer dia algum desses pseudos-epigráficos (que são piores do que os apócrifos) sejam também invocados como suporte para a fé e a doutrinas cristã.
Os 39 livros canônicos do Antigo Testamento são chamados pelos católicos romanos de protocanônicos (querendo com isso dizer que trata-se dos livros da bíblia que foram primeiramente eceitos ou aprovados, no sentido formal, humano). Os livros e apêndices que chamamos de apócrifos, os romanos os chamam de deuterocanônicos (e certos evangélicos também). O termo procura dizer que tais livros também são considerados aprovados, mas em segundo lugar ; numa segunda leva, o que não é verídico. Já os livros que os evangélicos chamam de pseudos-epigráficos, os católicos os chamam de apócrifos. Evitemos, uma confusão de terminologia religiosa.
Fonte: Jesus Site
No contexto bíblico o termo apócrifo alude à coisas secretas, místicas, ocultas. termo á grego e tem este sentido literal.Já no campo religioso o sentido é não genuíno, impuro, falsificado. Tal sentido teve início com Jerônimo, quando da sua tradução da Vulgata Latina (382-405 dC).
Quando a Bíblia foi inicialmente traduzida para o latim em 170 dC ( a versão conhecida por Vetus Ítala), seu Antigo Testamento foi traduzido do grego da versão Septuaginta, feita antes da era cristã, e não do texto hebraico original. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata Latina, como acima mencionamos, com relutância incluiu os livros apócrifos, porque a isso foi compelido por seus superiores eclesiásticos, mas recomendou que esses livros não servia como fonte de fé e doutrina.
Detalhes sobre os livros apócrifos
Os livros apócrifos atuais são os que aparecem isentos nas Bíblias de edição católica-romana e também em certas edições protestantes, como, em resumo, esclarecemos a seguir.
Os líderes judeus ortodoxos nunca permitiriam a inserção desses livros na Bíblia, que consiste no cânon hebraico do Antigo Testamento. Na Bíblia de edição romana, o total de livro é de 71 ( e não 66, como a protestante) porque a Igreja Romana desde o concílio de Trento, em 1.546, aprovou e incluiu no cânon do Antigo Testamento, sete livros apócrifos então existentes e mais quatro apêndices e livros canônicos, somando ao todo onze escritos apócrifos nas Bíblias oficialmente adotados por esta igreja.
A primeira Bíblia a trazer os apócrifos ( e muito mais que os atuais) foi a versão Septuaginta, feita do hebraico para o grego, em Alexandria, Egito, cerca de dois séculos antes da era cristã.
Seus tradutores, judeus liberais, trabalhando fora de sua pátria, e apenas como tradutores a serviço do trono do Egito, inseriram os apócrifos no cânon sagrado, como se eles fossem divinamente inspirado como os demais livros que compõem o referido cânon.
Segundo a tradição em documentos da época, a Versão Septuaginta foi feita para prioritariamente enriquecer o acervo do que era na época a maior biblioteca do mundo a de Alexandria.
Da Septuaginta os apócrifos passaram para a Versão conhecida como Vulgata Latina, da qual fizemos referência. A Vulgata continua a ser a versão oficial Romana, o que foi há pouco mais de um século ratificado pelo concílio Vaticano I, em 1.870. O termo "apócrifo" aparece no novo testamento grego, em passagens como Mc 4.22b, Lc 8.17b e Cl 2.3, sendo variavelmente traduzido como qualquer leitor da Bíblia pode verificar.
"A Vulgata Latina continua a ser a versão oficial da Igreja Romana, o que foi há pouco mais de um século ratificado pelo Concílio Vaticano I, em 1.870".
Jerônimo recomendou claramente que esses livros não podiam servir como fonte de fé e doutrina.
"Do ponto de vista religioso, uma cuidadosa comparação entre 1o e 2o Macabeus mostra que ele se contradizem. Há neles lendas extravagantes.
Livro de 2O Macabeus (que é mais religioso que o primeiro) justificava o suicídio e sancionava a prática da oração pelos mortos, além de outros ensinos extra bíblicos".
Os líderes religiosos judeus jamais aceitaram os escritos apócrifos no cânon sagrado que eles, com fervor, cuidado e escrúpulo religioso, conservam como o seu maior tesouro desde os tempos de Moisés. Esses livros também nunca foram aceitos pela igreja primitiva nos seus primeiros séculos.
O movimento da Reforma Protestante que procurou reconduzir a igreja às suas bases, preceitos e princípio bíblicos, também os rejeitou terminantemente, como textos divinamente inspirados, e portanto, impróprios para integrarem o cânon das Sagradas Escrituras.
Os escritos apócrifos que circulam atualmente em certas Bíblias são:
Tobias (após o livro de Neemias)
Judite (após Tobias )
Sabedoria de Salomão (após Cantares de Salomão)
Eclesiasticos (após Sabedoria de Salomão)
1O e 2O Macabeus (após Malaquias)
Estes são livros inteiros, mas há também quatro apêndice a livros canônicos
Cântico dos Três Santos Jovens (após o capítulo 3 de Daniel)
História de Susana (após o capítulo 13 de Daniel)
Bel e o Dragão (após o capítulo 14 de Daniel)
e finalmente fatos da vida de Ester e Mardoque (após o livro de Ester) Este último livro apêndice é um dos mais longos.
RESUMO DO CONTEÚDO DOS APÓCRIFO
Um artigo limitado como este não comporta uma análise detalhada de cada um dos livros e apêndice apócrifos. Damos apenas uma simples suma como segue.
T O B I A S
Contém fantasias que qualquer leitor, isento de preconceitos religiosos e bem intencionados, logo notará que são mitos. O conteúdo do citado livro favorece a superstição e coloca em destaque um anjo mentiroso e até mesmo blasfemo.
O livro ainda insinua sem rodeio a salvação mediante obras e também induz a pessoa a mentir.
Apresenta esmolas como uma forma de expiar o pecado. Destaca a prática da magia e do ocultismo ; inclusive, discorre sobre um espírito mau que se apaixona à determinada mulher.
JUDITE
Apresenta em resumo uma narrativa fictícia de uma senhora judia, viúva da cidade de Nínive, que através de certas peripécias torna-se heroína. Os conceitos que aparecem no livro ensina que se o fim é útil e proveitoso, os meios utilizados para alcança-los, mesmo que sejam maus, são justificados. Ora, isto é sutileza e nada tem com a inspiração divina que perpassa pelos livros canônicos do Santo Livro.
SABEDORIA DE SALOMÃO
Este livro leva o nome deste terceiro rei de Israel, entretanto não tem conexão com ele. O dito livro deixa claro a falsa doutrina da reencarnação. Também a moral que o livro apregoa em seus provérbios e máximas vê-se que é deficiente em relação ao que a Bíblia ensina nesse particular, desde os seus primeiros capítulos.
E C L E S I Á S T I C O
É também chamado de sabedoria de Jesus, filhos de Siraque. Tem certa semelhança bem distante com o livro canônico de Provérbios, mas nota-se que não há nele nada de inspiração divina, como nos livros normais da Bíblia. Não há nada de peso espiritual nele que o iguale a um livro similar, seja do Antigo ou do Novo Testamento. O absurdo do livro de eclesiástico é ensinar o princípio do panteísmo e também o da moral comprometida.
B A R U Q U E
É uma espécie de lamento pela queda de Jerusalém, quando de sua tomada por Nabucodonossor. É o maior dos livros apócrifos : contém 51 capítulos. No seu final, o livro contém a epístola de Jeremias (que em certas bíblias que incluem os apócrifos, é considerado um livro à parte).
Esse Baruque é tido como o escriba do profeta Jeremias, da bíblia. Os Judeus nunca aceitaram esse fato como verídico.
1o e 2o M A C A B E U S
Ambos os livro contém abundante material histórico que conduz a outras fontes históricas da época.
Portanto, são livros de utilidade para pesquisas históricas, mas isso jamais os qualifica como livros divinamente inspirado, e genuinamente bíblicos.
Há neles detalhes impressionantes conducentes à revolta dos irmãos Macabeus, ocorrido no período interbíblico, entre os profetas Malaquias e o ministério de João Batista, o precursor de Jesus, já no Novo Testamento.
Do ponto de vista religioso, uma cuidadosa comparação entre 1o e 2o Macabeus mostra que eles se contradizem. Há neles lendas extravagantes. O livro de 2o Macabeus (que é o mais religioso que o primeiro) justifica o suicídio, e sanciona a prática da oração pelos mortos, além de outros ensinos extrabíblicos.
Quanto aos apêndices a livros canônicos já mencionado, o seu conteúdo é da mais simples interpretação e análise, mas todos eles contém impropriedades que os desacreditam como textos inspirados do cânon sagrado.
Por exemplo ; a história de Bel e o Dragão apensa ao livro de Daniel, de um lado contém absurdos no seu relato, e por lado alguma coisa ridícula, indignas de escrito supostamente bíblico.
FATOS QUE IMPUGNAM OS APÓCRIFOS COMO LIVROS DIVINAMENTE INSPIRADO
1 ) Eles foram escritos no chamado período interbíblico ( isto é entre o Antigo e Novo Testamento ), exatamente numa época em que o cânon das sagradas Escrituras hebraicas estava encerrado. Nenhum profeta literário Deus suscitou naquele tempo. Basta isto para tirar-lhes qualquer pretensão da canonicidade.
2 ) Quando os apócrifos foram aprovados pela Igreja Romana para constarem da bíblia, o cânon das escrituras hebraicas já era reconhecida, fixado e ratificado pelos judeus, desde o Concílio de Jamnio, em Israel, no ano de 90 dC. O Concílio de Trento foi convocado pela Igreja Romana para a tomada de medidas urgentes destinadas a conter o avanço do movimento religioso da Reforma Protestante que ameaçava de vários modos o Catolicismo Romano, o qual via nesses livros base para apoio de suas doutrinas antibíblicas, como:
Salvação pelas obras,
Oração pelos mortos,
Tradição religiosa de igual autoridade que revelação divina,
Meios justificando os fins. (os jesuítas adotaram este princípio maldito na famigerada Inquisição).
3 ) Os tradutores e editores judeus, da versão septuaginta, incluíram por sua conta os apócrifos nessa versão e isso causou a impressão de serem canônicos, sem o serem. Ora isso aconteceu fora da Palestina (de então), no Egito, e destinada inicialmente aos fins indicados neste artigo. Os líderes judeus da então Palestina nunca teriam feito isso, por temor a Deus, por ortodoxia religiosa e porque nunca haveria consenso entre eles nesse sentido. Em resumo : não foi por serem canônicos que os apócrifos foram incluídos na Versão Septuaginta, mas a sua indevida inclusão deu esta impressão.
4 ) Os lideres cristão da Reforma publicaram inicialmente a bíblia com os apócrifos, mas colocando-os como um apêndice no final do Antigo Testamento ; não como livros inspirados, mas apenas com valor literário. Entretanto, a confusão que se seguiu foi inevitável entre o povo leigo, que não sabe distinguir entre um escrito apócrifo e um autêntico, em se tratando de texto bíblico. Até 1.827 a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira publicou a bíblia (em inglês) com os apócrifos, mas com as complicações surgidas e sempre crescente do público, decidiu descartar isso.
5 ) Nenhum livro do Novo Testamento cita qualquer dos apócrifos, os quais existiam naquele tempo. Este fato, por si só constitui um solido argumento para a recusa dos evangélicos quanto aos apócrifos. Os seus defensores invocam a Epístola de Judas(versículo 14 e 15), alegando que trata-se ali do livro apócrifo de Enoque (livro esse não aceito pela Igreja Romana. Trata-se de um livro de natureza apocalíptica, muito extenso). Judas, o escritor sacro, não fez uma citação desse tal livro de Enoque : ele cita uma profecia original de Enoque, o homem que andou com Deus, do livro de Gênesis. Uma coisa é que Enoque, o homem ; outra é o livro apócrifo deste nome.
6 ) Flávio Josefo, o grande historiador judeu, rejeitou totalmente os apócrifo. Quem compulsar a sua obra notará a sua clareza nesse particular. E Josefo, como ser humano, é uma autoridade respeitável até hoje. Inclusive, as recentes descobertas em Israel através da arqueologia vieram comprovar muitas informações encontradas nas obras deste celebre historiador.
7 ) Jesus, o Filho de Deus e nosso bendito salvador, nunca os citou nos seus sermões e ensinos, e os apócrifos já existiam quando Jesus aqui viveu e ensinou. Se tivessem autoridade divina, Jesus os teria citado, como mencionou tanto outros escritos e mensagens dos sacros escritores da Palavra de Deus. Se Jesus silenciou nesse particular, vamos nós acolher e exaltar os apócrifos como sendo a Palavra de Deus ?
8 ) Qualquer leitor cristão que se acerque da bíblia com devoção, temor de Deus, oração, fé sincera e humildade, e depois lançar mão de um livro apócrifo, notará imediatamente que os apócrifos nada tem de inspiração divina.
9 ) Sempre que um determinado segmento da igreja cristã experimentar um real despertamento bíblico, como a história da igreja registra diversos, os apócrifos são esquecido e a igreja passa a cuidar de coisas mais edificantes para o Reino de Deus.
Mas, à medida que determinado segmento passa por calmaria e entra pelo caminho de secularização e do humanismo, ocorre o sutil e nocivo retorno passando a considerar os apócrifos como de importância bíblica, para a fé e a doutrina cristã.
Não estamos a falar de supostos avivamentos, promovidos pelo homem, mas de reais avivamentos do Espírito Santo.
INFORMAÇÕES FINAIS
Há ainda outros escritos religiosos não-canônicos relacionados, tanto com o Antigo como com o Novo Testamento. São chamados pelos eruditos de pseudos-epigráficos, isto é. falsos escritos. Os mais destacados somam 26 títulos. Os principais dos tempos do Novo Testamento somam 24. Inovações doutrinárias continuam a fustigar a Igreja, e não duvidamos que em qualquer dia algum desses pseudos-epigráficos (que são piores do que os apócrifos) sejam também invocados como suporte para a fé e a doutrinas cristã.
Os 39 livros canônicos do Antigo Testamento são chamados pelos católicos romanos de protocanônicos (querendo com isso dizer que trata-se dos livros da bíblia que foram primeiramente eceitos ou aprovados, no sentido formal, humano). Os livros e apêndices que chamamos de apócrifos, os romanos os chamam de deuterocanônicos (e certos evangélicos também). O termo procura dizer que tais livros também são considerados aprovados, mas em segundo lugar ; numa segunda leva, o que não é verídico. Já os livros que os evangélicos chamam de pseudos-epigráficos, os católicos os chamam de apócrifos. Evitemos, uma confusão de terminologia religiosa.
Fonte: Jesus Site
Livros Apócrifos
Os Livros apócrifos (grego: απόκρυφος; latim: apócryphus; português: oculto), também conhecidos como Livros Pseudo-canônicos, são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos do Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconheceram a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo e, portanto, não foram incluídos no cânon bíblico.
O termo "apócrifo" foi cunhado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias e a vinda de Jesus Cristo. São livros que não foram inspirados e que não fazem parte de nenhum cânon. São também considerados apócrifos os livros que não fazem parte do cânon da religião que se professa.
A consideração de um livro como apócrifo varia de acordo com a religião. Por exemplo, alguns livros considerados canônicos pelos católicos são considerados apócrifos pelos judeus, pelos evangélicos e pelos protestantes. Alguns destes livros são os inclusos na Septuaginta por razões históricas ou religiosas. A terminologia teológica católica romana/ortodoxa para os mesmos é deuterocanônicos, isto é, os livros que foram reconhecidos como canônicos em um segundo momento (do grego, deutero significando "outro"). Destes fazem parte os livros de Judite, Tobias, Baruque, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão, I e II Macabeus, além de adições aos livros de Ester e Daniel.
Os apócrifos são cartas, coletâneas de frases, narrativas da criação e profecias apocalípticas. Além dos que abordam a vida de Jesus ou de seus seguidores, cerca de 50 outros contêm narrativas ligadas ao Antigo Testamento.
Católicos
Para os alguns teólogos, e para a maioria dos historiadores, os livros do novo testamento, assim como os textos apócrifos, datam de muito tempo após a vida de Jesus, sendo alguns deles escritos mais de 200 anos após a morte e ressurreição, não podendo ser considerados fidedignos, ou seja, nem tudo o que neles fora escrito narra com precisão a verdade.
Os livros apócrifos, foram retirados do Cânon Católico por monstrarem um Cristo diferenciado dos Evangelhos e teologias escolhidos, mostrando-o exclusivamente como Deus, sem as limitações e sentimentos humanos, o que tornaria a passagem pela morte algo fácil, diminuindo assim, o tamanho do Sacrifício realizado pelo Salvador; em outros, entretanto, a imagem de Cristo é excessivamente mundana e em desacordo com a imagem passada pelos quatro evangelhos oficiais.
Muitos textos seculares citam textos Apócrifos, como por exemplo o livro e filme "O Código da Vinci", que utiliza fatos encontrados nestes, para melhorar trama do livro, visto que são poucos os que conhecem, mesmo que parcialmente.
Cristianismo ocidental
No cristianismo ocidental atual existem vários livros considerados apócrifos; nos sínodos realizados ao longo da história esses livros foram banidos do cânon (Livros Sagrados), outros obtiveram uma reconsideração e retornaram à condição de Sagrados (Canônicos). Como exemplo de canonicidade temos a Bíblia (reunião de vários livros).
Os livros Apócrifos são muito estudados actualmente pelos teólogos, porque a sua narrativa ajuda a revelar factos e curiosidades a respeito dos primórdios do cristianismo.
A quantidade de livros
O número dos livros apócrifos é maior que o da Bíblia canônica. É possível contabilizar 113 deles, 52 em relação ao Antigo Testamento e 61 em relação ao Novo.[6] A tradição conservou outras listas dos livros apócrifos, nas quais constam um número maior ou menor de livros. A seguir, alguns desses escritos segundo suas categorias.
1.Evangelhos: de Maria Madalena, de Tomé, Filipe, Árabe da Infância de Jesus, do Pseudo-Tomé, de Tiago, Morte e Assunção de Maria, Judas Iscariotes;
2.Atos: de Pedro, Tecla e Paulo, Dos doze apóstolos, de Pilatos;
3.Epístolas: de Pilatos a Herodes, de Pilatos a Tibério, dos apóstolos, de Pedro a Filipe, Paulo aos Laodicenses, Terceira epístola aos Coríntios, de Aristeu;
4.Apocalipses: de Tiago; de João, de Estevão, de Pedro, de Elias, de Esdras, de Baruc; de Sofonias;
5.Testamentos: de Abraão, de Isaac, de Jacó, dos 12 Patriarcas, de Moisés, de Salomão, de Jó;
6.Outros: A filha de Pedro, Descida de Cristo aos Infernos, Declaração de José de Arimatéia, Vida de Adão e Eva, Jubileus, 1,2 e 3 Henoque, Salmos de Salomão; Oráculos Sibilinos.
Fonte: Wikipedia
O termo "apócrifo" foi cunhado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias e a vinda de Jesus Cristo. São livros que não foram inspirados e que não fazem parte de nenhum cânon. São também considerados apócrifos os livros que não fazem parte do cânon da religião que se professa.
A consideração de um livro como apócrifo varia de acordo com a religião. Por exemplo, alguns livros considerados canônicos pelos católicos são considerados apócrifos pelos judeus, pelos evangélicos e pelos protestantes. Alguns destes livros são os inclusos na Septuaginta por razões históricas ou religiosas. A terminologia teológica católica romana/ortodoxa para os mesmos é deuterocanônicos, isto é, os livros que foram reconhecidos como canônicos em um segundo momento (do grego, deutero significando "outro"). Destes fazem parte os livros de Judite, Tobias, Baruque, Eclesiástico, Sabedoria de Salomão, I e II Macabeus, além de adições aos livros de Ester e Daniel.
Os apócrifos são cartas, coletâneas de frases, narrativas da criação e profecias apocalípticas. Além dos que abordam a vida de Jesus ou de seus seguidores, cerca de 50 outros contêm narrativas ligadas ao Antigo Testamento.
Católicos
Para os alguns teólogos, e para a maioria dos historiadores, os livros do novo testamento, assim como os textos apócrifos, datam de muito tempo após a vida de Jesus, sendo alguns deles escritos mais de 200 anos após a morte e ressurreição, não podendo ser considerados fidedignos, ou seja, nem tudo o que neles fora escrito narra com precisão a verdade.
Os livros apócrifos, foram retirados do Cânon Católico por monstrarem um Cristo diferenciado dos Evangelhos e teologias escolhidos, mostrando-o exclusivamente como Deus, sem as limitações e sentimentos humanos, o que tornaria a passagem pela morte algo fácil, diminuindo assim, o tamanho do Sacrifício realizado pelo Salvador; em outros, entretanto, a imagem de Cristo é excessivamente mundana e em desacordo com a imagem passada pelos quatro evangelhos oficiais.
Muitos textos seculares citam textos Apócrifos, como por exemplo o livro e filme "O Código da Vinci", que utiliza fatos encontrados nestes, para melhorar trama do livro, visto que são poucos os que conhecem, mesmo que parcialmente.
Cristianismo ocidental
No cristianismo ocidental atual existem vários livros considerados apócrifos; nos sínodos realizados ao longo da história esses livros foram banidos do cânon (Livros Sagrados), outros obtiveram uma reconsideração e retornaram à condição de Sagrados (Canônicos). Como exemplo de canonicidade temos a Bíblia (reunião de vários livros).
Os livros Apócrifos são muito estudados actualmente pelos teólogos, porque a sua narrativa ajuda a revelar factos e curiosidades a respeito dos primórdios do cristianismo.
A quantidade de livros
O número dos livros apócrifos é maior que o da Bíblia canônica. É possível contabilizar 113 deles, 52 em relação ao Antigo Testamento e 61 em relação ao Novo.[6] A tradição conservou outras listas dos livros apócrifos, nas quais constam um número maior ou menor de livros. A seguir, alguns desses escritos segundo suas categorias.
1.Evangelhos: de Maria Madalena, de Tomé, Filipe, Árabe da Infância de Jesus, do Pseudo-Tomé, de Tiago, Morte e Assunção de Maria, Judas Iscariotes;
2.Atos: de Pedro, Tecla e Paulo, Dos doze apóstolos, de Pilatos;
3.Epístolas: de Pilatos a Herodes, de Pilatos a Tibério, dos apóstolos, de Pedro a Filipe, Paulo aos Laodicenses, Terceira epístola aos Coríntios, de Aristeu;
4.Apocalipses: de Tiago; de João, de Estevão, de Pedro, de Elias, de Esdras, de Baruc; de Sofonias;
5.Testamentos: de Abraão, de Isaac, de Jacó, dos 12 Patriarcas, de Moisés, de Salomão, de Jó;
6.Outros: A filha de Pedro, Descida de Cristo aos Infernos, Declaração de José de Arimatéia, Vida de Adão e Eva, Jubileus, 1,2 e 3 Henoque, Salmos de Salomão; Oráculos Sibilinos.
Fonte: Wikipedia
quarta-feira, 28 de julho de 2010
História da Bíblia
A Bíblia – o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo – desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos, através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.400 línguas diferentes.
Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos por seus autores, se perderam. As traduções confiáveis das Escrituras Sagradas baseiam-se nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.
Grego, hebraico e aramaico. Esses foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas.
Antigo Testamento
a maior parte foi escrita em hebraico e alguns textos em aramaico.
Novo Testamento
foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.
Para a tradução do Antigo Testamento, a SBB utiliza a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento, é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.
Muitos séculos antes de Cristo, os escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Esses registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas vezes, e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por:
A Lei
Composta pelos livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Os Profetas
Incluíam os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis.
As Escrituras
Reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C.
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei frequentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico – da direita para a esquerda – e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.
Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo, destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos marca o início da igreja cristã.
As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.
A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular.
O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos 100 anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.
Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.
Septuaginta (ou Tradução dos Setenta)
Esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas. Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.
Outras traduções começaram a ser desenvolvidas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim – a mais importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente. Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras.
Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos, e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.
Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.
Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João. Entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos poucos, as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.
Na Alemanha, em meados do século 15, um ourives chamado Johannes Gutenberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas à mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão. E em outras seis línguas até meados do século 16 – espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.
Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.
Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C. Existem partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã. Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.
Durante nove anos, vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumran, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do Cristianismo.
Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C.
Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de 100 a.C. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.
Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.
As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos por seus autores, se perderam. As traduções confiáveis das Escrituras Sagradas baseiam-se nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.
Grego, hebraico e aramaico. Esses foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas.
Antigo Testamento
a maior parte foi escrita em hebraico e alguns textos em aramaico.
Novo Testamento
foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.
Para a tradução do Antigo Testamento, a SBB utiliza a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento, é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.
Muitos séculos antes de Cristo, os escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Esses registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas vezes, e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por:
A Lei
Composta pelos livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Os Profetas
Incluíam os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis.
As Escrituras
Reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C.
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei frequentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico – da direita para a esquerda – e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.
Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo, destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos marca o início da igreja cristã.
As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.
A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular.
O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos 100 anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.
Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.
Septuaginta (ou Tradução dos Setenta)
Esta foi a primeira tradução. Realizada por 70 sábios, ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas. Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.
Outras traduções começaram a ser desenvolvidas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim – a mais importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente. Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras.
Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos, e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.
Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.
Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João. Entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos poucos, as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.
Na Alemanha, em meados do século 15, um ourives chamado Johannes Gutenberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas à mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão. E em outras seis línguas até meados do século 16 – espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.
Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.
Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C. Existem partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã. Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.
Durante nove anos, vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumran, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do Cristianismo.
Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C.
Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de 100 a.C. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.
Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.
As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
segunda-feira, 26 de julho de 2010
João Ferreira de Almeida
João Ferreira de Almeida, conhecido pela autoria de uma das mais lidas traduções da Bíblia em português, ele teve uma vida movimentada e morreu sem terminar a tarefa que abraçou ainda muito jovem. Entre a grande maioria dos evangélicos do Brasil, o nome de João Ferreira de Almeida está intimamente ligado às Escrituras Sagradas. Afinal, é ele o autor (ainda que não o único) da tradução da Bíblia mais usada e apreciada pelos protestantes brasileiros. Disponível aqui em duas versões publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil - a Edição Revista e Corrigida e a Edição Revista e Atualizada - a tradução de Almeida é a preferida de mais de 60% dos leitores evangélicos das Escrituras no País, segundo pesquisa promovida por A Bíblia no Brasil.
Se a obra é largamente conhecida, o mesmo não se pode dizer a respeito do autor. Pouco, ou quase nada, se tem falado a respeito deste português da cidade de Torres de Tavares, que morreu há 300 anos na Batávia (atual ilha de Java, Indonésia). O que se conhece hoje da vida de Almeida está registrado na "Dedicatória" de um de seus livros e nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas do Sudeste da Ásia, para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda metade do século XVII.
De acordo com esses registros, em 1642, aos 14 anos, João Ferreira de Almeida teria deixado Portugal para viver em Málaca (Malásia). Ele havia ingressado no protestantismo, vindo do catolicismo, e transferia-se com o objetivo de trabalhar na Igreja Reformada Holandesa local. Dois anos depois, começou a traduzir para o português, por iniciativa própria, parte dos Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento em espanhol. Além da Versão Espanhola, Almeida usou como fontes nessa tradução as Versões Latina (de Beza), Francesa e Italiana - todas elas traduzidas do grego e do hebraico. Terminada em 1645, essa tradução de Almeida não foi publicada. Mas o tradutor fez cópias à mão do trabalho, as quais foram mandadas para as congregações de Málaca, Batávia e Ceilão (hoje Sri Lanka). Mais tarde, Almeida tornou-se membro do Presbitério de Málaca, depois de escolhido como capelão e diácono daquela congregação.
No tempo de Almeida, um tradutor para a língua portuguesa era muito útil para as igrejas daquela região. Além de o português ser o idioma comumente usado nas congregações, era o mais falado em muitas partes da Índia e do Sudeste da Ásia. Acredita-se, no entanto, que o português empregado por Almeida tanto em pregações como na tradução da Bíblia fosse bastante erudito e, portanto, difícil de entender para a maioria da população. Essa impressão é reforçada por uma declaração dada por ele na Batávia, quando se propôs a traduzir alguns sermões, segundo palavras, "para a língua portuguesa adulterada, conhecida desta congregação."
O tradutor permaneceu em Málaca até 1651, quando se transferiu para o Presbitério da Batávia, na cidade de Djacarta. Lá, foi aceito mais uma vez como capelão, começou a estudar teologia e, durante os três anos seguintes, trabalhou na revisão da tradução das partes do Novo Testamento feita anteriormente. Depois de passar por um exame preparatório e de ter sido aceito como candidato ao pastorado, Almeida acumulou novas tarefas: dava aulas de português a pastores, traduzia livros e ensinava catecismo a professores de escolas primárias. Em 1656, ordenado pastor, foi indicado para o Presbitério do Ceilão, para onde seguiu com um colega, chamado Baldaeus.
Ao que tudo indica, esse foi o período mais agitado da vida do tradutor. Durante o pastorado em Galle (Sul do Ceilão), Almeida assumiu uma posição tão forte contra o que ele chamava de "superstições papistas," que o governo local resolveu apresentar uma queixa a seu respeito ao governo de Batávia (provavelmente por volta de 1657). Entre 1658 e 1661, época em que foi pastor em Colombo, ele voltou a enfrentar problemas com o governo, o qual tentou, sem sucesso, impedi-lo de pregar em português. O motivo dessa medida não é conhecido, mas supõe-se que estivesse novamente relacionado com as idéias fortemente anti-católicas do tradutor.
A passagem de Almeida por Tuticorin (Sul da Índia), onde foi pastor por cerca de um ano, também parece não ter sido das mais tranqüilas. Tribos da região negaram-se a ser batizadas ou ter seus casamentos abençoados por ele. De acordo com seu amigo Baldaeus, o fato aconteceu porque a Inquisição havia ordenado que um retrato de Almeida fosse queimado numa praça pública em Goa.
Foi também durante a estada no Ceilão que, provavelmente, o tradutor conheceu sua mulher e casou -se. Vinda do catolicismo romano para o protestantismo, como ele, chamava-se Lucretia Valcoa de Lemmes (ou Lucrecia de Lamos). Um acontecimento curioso marcou o começo de vida do casal: numa viagem através do Ceilão, Almeida e Dona Lucretia foram atacados por um elefante e escaparam por pouco da morte. Mais tarde, a família completou-se, com o nascimento de um menino e de uma menina.
A partir de 1663 (dos 35 anos de idade em diante, portanto), Almeida trabalhou na congregação de fala portuguesa da Batávia, onde ficou até o final da vida. Nesta nova fase, teve uma intensa atividade como pastor. Os registros a esse respeito mostram muito de suas idéias e personalidade. Entre outras coisas, Almeida conseguiu convencer o presbitério de que a congregação que dirigia deveria ter a sua própria cerimônia da Ceia do Senhor. Em outras ocasiões, propôs que os pobres que recebessem ajuda em dinheiro da igreja tivessem a obrigação de freqüentá-la e de ir às aulas de catecismo. Também se ofereceu para visitar os escravos da Companhia das Índias nos bairros em que moravam, para lhes dar aulas de religião - sugestão que não foi aceita pelo presbitério - e, com muita freqüência, alertava a congregação a respeito das "influências papistas."
Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de tradução da Bíblia, iniciado na juventude. Foi somente então que passou a dominar a língua holandesa e a estudar grego e hebraico. Em 1676, Almeida comunicou ao presbitério que o Novo Testamento estava pronto. Aí começou a batalha do tradutor para ver o texto publicado - ele sabia que o presbitério não recomendaria a impressão do trabalho sem que fosse aprovado por revisores indicados pelo próprio presbitério. E também que, sem essa recomendação, não conseguiria outras permissões indispensáveis para que o fato se concretizasse: a do Governo da Batávia e a da Companhia das Índias Orientais, na Holanda.
Escolhidos os revisores, o trabalho começou e foi sendo desenvolvido vagarosamente. Quatro anos depois, irritado com a demora, Almeida resolveu não esperar mais - mandou o manuscrito para a Holanda por conta própria, para ser impresso lá. Mas o presbitério conseguiu parar o processo, e a impressão foi interrompida. Passados alguns meses, depois de algumas discussões e brigas, quando o tradutor parecia estar quase desistindo de apressar a publicação de seu texto, cartas vindas da Holanda trouxeram a notícia de que o manuscrito havia sido revisado e estava sendo impresso naquele país.
Em 1681, a primeira edição do Novo Testamento de Almeida finalmente saiu da gráfica. Um ano depois, ela chegou à Batávia, mas apresentava erros de tradução e revisão. O fato foi comunicado às autoridades da Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído de lá foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias Orientais. As autoridades Holandesas determinaram que se fizesse o mesmo com os volumes que já estavam na Batávia. Pediram também que se começasse, o mais rápido possível, uma nova e cuidadosa revisão do texto.
Apesar das ordens recebidas da Holanda, nem todos os exemplares recebidos na Batávia foram destruídos. Alguns deles foram corrigidos à mão e enviados às congregações da região (um desses volumes pode ser visto hoje no Museu Britânico, em Londres). O trabalho de revisão e correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou dez longos anos para ser terminado. Somente após a morte de Almeida, em 1693, é que essa segunda versão foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.
Enquanto progredia a revisão do Novo Testamento, Almeida começou a trabalhar com o Antigo Testamento. Em 1683, ele completou a tradução do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a situação que havia acontecido na época da revisão do Novo Testamento, com muita demora e discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada - pelo menos desde 1670, segundo os registros—, Almeida teve sua carga de trabalho na congregação diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução. Mesmo assim, não conseguiu acabar a obra à qual havia dedicado a vida inteira. Em 1691, no mês de outubro, Almeida morreu. Nessa ocasião, ele havia chegado até Ez 48.21. A tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor holandês. Depois de passar por muitas mudanças, ela foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.
A Bíblia no Brasil, n. 160, 1992, p. 14
Fonte: BOL- Bíblia on-line /SBB
John Wesley
John Wesley viveu na Inglaterra do século XVIII, uma sociedade conturbada pela Revolução Industrial, onde crescia muito o número de desempregados. A Inglaterra estava cheia de mendigos itinerantes, políticos corruptos, vícios e violência generalizada. O cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela degeneração moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado paralisante da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo.
Infância
John Wesley, décimo terceiro filho do ministro anglicano Samuel e de Susana Wesley, nasceu a 17 de junho de 1703, em Epworth na Inglaterra.
Devido às atividades pastorais que impediam o Reverendo Samuel de dar a devida assistência ao lar, Susana assumiu a administração financeira da família e a educação dos filhos e filhas. Disciplinava com rigidez os filhos, mantendo horário para cada atividade e reservando um tempo de encontro com cada filho para conversar, estudar e orar.
Incêndio em sua casa
Ainda na infância, John Wesley foi o último a ser salvo, de forma miraculosa, em um incêndio que destruiu toda sua casa, onde estivera preso no segundo andar. A partir desse dia, Susana, sua mãe, dedicou-lhe atenção especial, pois entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo muito especial.
Aos cinco anos de idade, Susana Wesley começou a alfabetizar o John, usando o livro dos Salmos como apostila.
John estudou com sua mãe até os 11 anos. Entrou, então, para uma escola pública, onde ficou como aluno interno por seis anos. Aos 17 anos, foi para a Universidade de Oxford.
Estudos
Jonh Wesley iniciou seus estudos em Oxford onde começa a se reunir com um grupo de estudantes para meditação bíblica e oração, sendo conhecidos pelos colegas universitários de "Clube Santo", ele não inventou o nome: alunos, notando que os membros do grupo tinham horário e método para tudo que faziam, os taxaram como 'metodistas'. Wesley preferia chamá-los simplesmente de 'Metodistas de Oxford'..
Neste grupo Wesley e seu irmão Carlos iniciaram a visitar e evangelizar os presídios. Wesley passou então a se interessar mais pela questão social de seu país e a miséria que a Inglaterra vivia na época.
Assim, gradua-se em Teologia, e pode ajudar a seu pai na direção da Igreja Anglicana.
Isto até os 32 anos, quando atendeu a um apelo: precisava-se de missionários na Virgínia, Nova Inglaterra.
Missão na Virgínia
Um dos episódios que marcou o início do metodismo foi a viagem missionária de Jonh Wesley aos EUA - Virgínia para "evangelizar os índios" sendo praticamente fracassado. Em sua viagem de retorno Jonh Wesley expressa sua frustração "fui à América evangelizar os índios, mas quem me converterá?". Durante uma tempestade na travessia do Oceano Atlântico, Wesley ficou profundamente impressionado com um grupo de morávios (grupo de cristãos pietistas que buscavam a conversão pessoal mediante o Espírito Santo) a bordo do navio que, durante uma grande tempestade, as crianças e os adultos moravios cantavam e louvavam ao nome do Senhor (Deus)e Wesley vendo a fé que tinham diante do risco da morte (o medo de morrer acompanhava Wesley por ele achar que, Deus não poderia o justifica-lo mediante seus pecados e por isso constantemente temia a morte desde sua juventude) predispôs à seguir a fé evangélica dos morávios. Retornou à Inglaterra em 1738.
Conversão
Após 2 anos, John Wesley volta desiludido com o trabalho realizado na Virgínia. Encontra-se, então, com Pedro Böhler, em Londres, Böhler era pastor moraviano (da Morávia, Alemanha) e com ele John Wesley se convence de que a fé é uma experiência total da vida humana. Procurou, então, libertar-se da religião formalista e fria para viver, na prática, os ensinos de Jesus.
No dia 24 de maio de 1738, numa pequena reunião, ouvindo a leitura de um antigo comentário escrito por Martinho Lutero, pai da Reforma Protestante, sobre a carta aos Romanos, John sente seu coração se aquecer (entende-se que Wesley experimentava o "batismo no Espírito Santo"). Experimenta grande confiança em Cristo e recebe a segurança de que Deus havia perdoado seus pecados.
A Experiência do Coração Aquecido
No dia 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, Wesley passou por uma experiência espiritual extraordinária, que é assim narrada em seu diário:
"Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".
Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou em média de três sermões por dia; a maior parte ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca de 14.000 pessoas. Milhares saíram da miséria e imoralidade e cantaram a nova fé nas palavras dos hinos de Carlos Wesley, irmão de John. Os dois irmãos deram à religião um novo espírito de alegria e piedade.
Igreja
Como não havia muitas oportunidades na Igreja Anglicana, Wesley pregava aos operários em praças e salões - muito embora ele não gostasse de pregar fora da Igreja - E tornou-se conhecidíssima esta sua frase: "o mundo é a minha paróquia". Influenciados pelos moravianos, John e seu irmão Carlos organizaram pequenas sociedades e classes dentro da Igreja da Inglaterra, liderados por leigos, com os objetivos de compartilhar, estudar a Bíblia, orar e pregar. Logo o trabalho de sociedades e classes seria difundido em vários países, especialmente nos EUA e na Inglaterra e estaria presente em centenas de sociedades, com milhares de integrantes. Com tanto serviço, Wesley andava por toda a parte a cavalo, conquistando o apelido de 'O Cavaleiro de Deus'. Calcula-se que, em 50 anos, Wesley tenha percorrido 400 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma média de 800 sermões por ano. John Wesley deixou um legado de 300 pregadores itinerantes e mil pregadores locais. A Igreja Metodista, como Igreja propriamente, organizou-se primeiro nos EUA e depois na Inglaterra (somente após a morte de Wesley no dia 2 de março de 1791).
Membros nos Estados Unidos[1]
1771 - 361 membros
1780 - 8.500 membros
1784 - 15.000 membros
1790 - 57.621 membros
1800 - 64.894 membros
1809 - 163.038 membros
[editar] Doutrina
Wesley ensinava que a conversão a Jesus é comprovada pela prática (testemunho), e não pelas emoções do momento.
Valorização dos pregadores leigos que participavam lado a lado com os clérigos da Missão de evangelização, assistência e capacitação de outras pessoas.
Afirma que o centro da vida cristã está na relação pessoal com Jesus Cristo. É Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a vida abundante de comunhão com Deus.
Valoriza e recupera em sua prática a ênfase na ação e na doutrina do Espírito Santo como poder vital para a Igreja.
Reconhece a necessidade de se viver o Evangelho comunitariamente. John Wesley afirmou que "tornar o Evangelho em religião solitária é, na verdade, destruí-lo".
Preocupa-se com o ser humano total. Não é só com o bem-estar espiritual, mas também com o bem-estar físico, emocional, material. Por isso devemos cuidar do nosso próximo integralmente, principalmente dos necessitados e marginalizados sociais.
Podemos afirmar que o bem-estar espiritual é o resultado da paz de Cristo que alcança todas as áreas da vida do cristão. É o resultado do bem-estar físico, emocional, econômico, familiar, comunitário. Tudo está nas mãos de Deus, nEle confiamos e Ele é fiel em cuidar de nós. Sua salvação alcança-nos integralmente.
Enfatiza a paixão pela evangelização. Desejamos e devemos trabalhar com paixão, perseverança e alegria para que o amor e a misericórdia de Deus alcancem homens e mulheres em todos os lugares e épocas.
Aceita as doutrinas fundamentais da fé cristã, conforme enunciadas no Credo Apostólico (Cremos na Bíblia, em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo, no ser humano, no perdão dos pecados, na vitória por meio da vida disciplinada, na centralização do amor, na segurança e na perfeição cristã, na Igreja, no Reino de Deus, na vida eterna, na segunda vinda de Jesus, na graça de Deus para todos, na possibilidade da queda da graça divina, na oração intercessória, nas missões mundiais. Cremos profundamente no AMOR. Amor de Deus em nossa vida, amor dos irmãos.) , enfatizando o equilíbrio entre os atos de piedade (atos devocionais) e os atos de misericórdia (a prática de amor ao próximo).
Fonte: LOCKMANN, Bispo Paulo; CONSTANTINO, Zélia. Seguir a Cristo, manual de discipulado
[editar] Legado
Além de milhares de convertidos e encaminhados para a santificação cristã, houve também obras sociais dignas de destaque, como estas: Dinheiro aos pobres (Wesley distribuía). Compêndio de medicina (Wesley escreveu e foi largamente difundido). Apoio na reforma educacional. Apoio na reforma das prisões. Apoio na abolição da escravatura! Atualmente, o total de membros da comunidade metodista no mundo está estimado em cerca de 75 milhões de pessoas. O maior grupo concentra-se nos Estados Unidos: a Igreja Metodista Unida neste país é a segunda maior denominação protestante.
Hoje, além dos seguidores do Metodismo, a vida de muitos são influenciada pela missão de Wesley. Movimentos posteriores como o Movimento de Santidade e o Pentecostalismo devem muito a ele. A insistência wesleyana da busca da santificação pessoal e social contribuem significativamente para a ideologia da busca de uma vida e mundo melhor. A Igreja Católica Romana recebeu indiretamente alguns conceitos de Wesley quando o cardeal John Henry Newman uniu-se a ela, vindo da Igreja Anglicana e concretizando em reformas litúrgicas, sociais, carismática e teológica desde o concílio Vaticano II.
Faleceu a 2 de março de 1791, em Londres, Inglaterra
Fonte: Wikipedia
Uma Vida Com Propósitos - Rick Warren
Muito antes de o universo ter
sido criado, Deus já tinha um
plano para você. E os
propósitos que ele tem para sua
vida vão muito além dos poucos
anos que passamos neste
mundo. Você foi criado para
viver eternamente.
Entre muitos livros lançados
todos os anos, poucos se
tornam clássicos. Mais raro
ainda são as obras que já
nascem com esse destino.
Certamente é o caso do
extraordinário Uma vida com
propósitos. Escrito por Rick
Warren, foi o livro cristão mais
vendido em 2003 nos EUA,
figurando na lista de best-
sellers do jornal The New
York Times.
Uma vida com propósitos é um
manual para viver no século 21
um estilo de vida
fundamentado nos propósitos
eternos de Deus, e não em
valores culturais. Com mais de
1 200 citações bíblicas, você
encontrará sabedoria inspirada
na essência do que realmente
significa viver. Um livro que lhe ajudará a entender o
maravilhoso plano de Deus para
sua vida, tanto para hoje
quanto para a eternidade.
Afinal, você não está aqui por
acaso.
Instabilidade Espiritual
Uma questão que sempre preocupou John Wesley é a instabilidade espiritual. Num certo período, a pessoa está cheia de amor e atuante na comunidade. Logo mais adiante, mostra-se desanimada e debilitada espiritualmente. Uma verdadeira gangorra. Wesley se diz cansado de ver exemplos desse tipo, inclusive líderes e pregadores.
Em 31 de Janeiro 1765, ao examinar o assunto, conclui que tal oscilação ocorre porque as pessoas não investem no crescimento espiritual. Segundo Wesley,é fundamental ao cristão continuar sempre em crescimento.
Qualquer interrupção, qualquer relaxamento faz com que a pessoa não apenas deixe de crescer, mas também perca boa parte do seu dinamismo. Refletindo sobre o maná distribuido ao povo hebreu no deserto, pode-se afirmar que essa é a lógica da vida cristã. Não se pode acumular: cada dia requer o mesmo itinerário de buscar o alimento na fome. Na oração ensinada por Jesus consta "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (Mt 6:11). O fato de ontem ter buscado o alimento é um precioso indicativo de que aprendemos o caminho, que sabemos onde encontrar o pão da vida. Mas não é garantia de que teremos o alimento sempre. Sem busca, a vida cristã fica completamente esclerosada.
É interessante, para não dizer triste, constatar que, ainda hoje, muitos cristãos vivem a mesma realidade constata por Wesley em seus dias. A instabilidade espiritual, a inconsistência na vivência da fé e dos compromissos com Jesus Cristo, igreja, suas ordenanças - pregar o evangelho, viver o discipulado e fazer discípulos - é, também, um problema de muitos crentes em nossos dias. Na verdade, qualquer um, se não for vigilante, está sujeito a isso. É necessário que se tenha vigilância, oração, prudência e diligência no viver cristão. A instabilidade espiritual é algo perigoso. Os que assim vivem deixam de usufruir da plenitude da vida em Cristo. A vida cristã ´´e para ser vivida de maneira dinâmica, frutífera, e isso só é possível se cultivarmos um relacionamento contínuo com Jesus, com a comunidade de fé, e, atrelado a isso, precisa que se pratique a oração, o jejum, a leitura e meditação diária na Palavra de Deus.
Não seja um cristão instável. Viva intensamente sua vida com Deus.
(Adaptado do livro Adoro a Sabedoria de Deus)
Em 31 de Janeiro 1765, ao examinar o assunto, conclui que tal oscilação ocorre porque as pessoas não investem no crescimento espiritual. Segundo Wesley,é fundamental ao cristão continuar sempre em crescimento.
Qualquer interrupção, qualquer relaxamento faz com que a pessoa não apenas deixe de crescer, mas também perca boa parte do seu dinamismo. Refletindo sobre o maná distribuido ao povo hebreu no deserto, pode-se afirmar que essa é a lógica da vida cristã. Não se pode acumular: cada dia requer o mesmo itinerário de buscar o alimento na fome. Na oração ensinada por Jesus consta "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (Mt 6:11). O fato de ontem ter buscado o alimento é um precioso indicativo de que aprendemos o caminho, que sabemos onde encontrar o pão da vida. Mas não é garantia de que teremos o alimento sempre. Sem busca, a vida cristã fica completamente esclerosada.
É interessante, para não dizer triste, constatar que, ainda hoje, muitos cristãos vivem a mesma realidade constata por Wesley em seus dias. A instabilidade espiritual, a inconsistência na vivência da fé e dos compromissos com Jesus Cristo, igreja, suas ordenanças - pregar o evangelho, viver o discipulado e fazer discípulos - é, também, um problema de muitos crentes em nossos dias. Na verdade, qualquer um, se não for vigilante, está sujeito a isso. É necessário que se tenha vigilância, oração, prudência e diligência no viver cristão. A instabilidade espiritual é algo perigoso. Os que assim vivem deixam de usufruir da plenitude da vida em Cristo. A vida cristã ´´e para ser vivida de maneira dinâmica, frutífera, e isso só é possível se cultivarmos um relacionamento contínuo com Jesus, com a comunidade de fé, e, atrelado a isso, precisa que se pratique a oração, o jejum, a leitura e meditação diária na Palavra de Deus.
Não seja um cristão instável. Viva intensamente sua vida com Deus.
(Adaptado do livro Adoro a Sabedoria de Deus)
Estudo Bíblico
Conhecendo a Bíblia
D. Orani João Tempesta
Introdução
Através deste pequeno trabalho elaborado por mim, você poderá conhecer um pouco mais sobre este livro, que desperta o interesse de tantas pessoas: a Bíblia.
Tenho toda certeza, que ao final deste estudo, você saberá a importância que tem a Bíblia. Vamos "decolar" neste assunto tão interessante que é a Palavra de Deus. Boa leitura!!!
O que é a Bíblia?
A palavra Bíblia vem do grego, ela significa "coleção de livros". Nela contém a história da Salvação, desde a criação do mundo feita por Deus até as profecias da Segunda vinda gloriosa de Jesus, o Filho de Deus. Podemos, para um melhor entendimento, caracterizá-la como uma "grande carta" enviada por Deus à todos os seus filhos. Nesta carta contém o Plano que Deus preparou para cada um de nós.
Quando começou a ser escrita?
A Bíblia foi escrita durante muitíssimo tempo (aproximadamente 1.300 anos). Seu início ocorreu antes da vinda de Cristo, com as chamadas "traduções orais", que vem a ser as histórias que uns contavam a outros. Por volta de muito tempo atrás, os chamados escribas decidiram "passar para o papel" essas histórias. Com isso, pouco a pouco, a Bíblia foi sendo formada.
Quando terminou de ser escrita a Bíblia?
A Bíblia terminou de ser escrita por volta do ano 100 d.C., com o Apóstolo João Evangelista (que escreveu o Apocalipse).
Quem escreveu a Bíblia?
A Bíblia foi escrita por várias pessoas, mas foi inspirada unicamente por Deus. O Pai usou de pessoas como instrumentos seus para transmitir a sua mensagem.
Como a Bíblia é formada?
A Bíblia é formada por livros sagrados. São 73 os livros contidos na Bíblia. Desses 73 livros sagrados, 46 constituem o conjunto de livros do Antigo Testamento e 27 constituem o conjunto dos livros do Novo Testamento. Podemos afirmar então, que a Bíblia é dividida em duas grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. A palavra testamento significa aliança.
O que contém no Antigo Testamento?
O Antigo Testamento nos revela a Criação do mundo, as alianças que Deus fez com os homens, as profecias que anunciavam a vinda do Messias, a fidelidade e infidelidade do povo de Deus, e principalmente, a preparação do povo escolhido de onde viria o Verbo Encarnado.
O que contém no Novo Testamento?
O Novo Testamento possui quatro livros (Mateus, Marcos, Lucas e João) que contam toda a vida de Jesus Cristo, desde o seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Esses quatro livros formam um conjunto denominado evangelho. O Novo Testamento é também constituído por várias cartas (também chamadas epístolas), que foram escritas pelos apóstolos com o objetivo de direcionar a Igreja fundada por Cristo. Além do evangelho e das cartas, o Novo Testamento possui um livro que conta os primórdios da Igreja de Cristo e outro livro profético que revela a Segunda vinda gloriosa de Jesus, respectivamente, são eles: os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse.
Quais foram os idiomas usados para escrever a Bíblia?
Os idiomas bíblicos são três: o hebraico, o aramaico e o grego.
O Antigo Testamento, foi totalmente escrito em hebraico. Já, o Novo Testamento, foi escrito a maior parte em grego e uma pequena parte em aramaico (que vem a ser um dialeto do hebraico). Por curiosidade, o idioma que Cristo falava era o aramaico.
Quem traduziu a Bíblia?
Como já vimos, a Bíblia possui três idiomas de origem: o hebraico, o aramaico e o grego. Com o tempo, foram surgindo as traduções. Hoje em dia, a Bíblia é o livro mais traduzido no mundo inteiro. Isso foi graças ao esforço de muitos estudiosos da época. São Jerônimo é um grande exemplo disso, ele foi quem traduziu a Bíblia para o latim. Pouco a pouco, logo após a tradução para o latim, a Bíblia foi sendo traduzida em mais e mais línguas. Até chegar ao que temos hoje: o livro mais lido mundialmente.
Por acaso, podemos interpretar a Bíblia de qualquer modo?
A interpretação bíblia é algo muito importante, e NÃO devemos interpretá-la de qualquer modo. A Igreja Católica que vem a ser a Igreja fundada por Jesus Cristo, vem desde os seus primórdios adotando a tradição apostólica, ou seja, os ensinamentos de Jesus não foram deturpados e muito menos interpretados de modo diferente desde sua origem. Ao ler a Bíblia, devemos Ter bastante cuidado, pois muitos são as palavras estranhas, os exemplos difíceis de ser entendidos, e principalmente, muitos são os equívocos que cansamos de cometer ao tentarmos interpretar a Bíblia sem a ajuda de um padre, um catequista , ou seja, um conhecedor do assunto.
O mundo é repleto de seitas e religiões que pregam a livre interpretação. Essa atitude desregrada causa o que vemos ao nosso redor: o nascimento de seitas e mais seitas que pregam aquilo que der na telha do pastor ou daquele que fundou a seita. Por isso, vamos tomar cuidado!
Qual é a diferença entre a Bíblia Protestante e a Bíblia Católica?
Muitas são as pessoas que desprezam a Bíblia Protestante, dizendo não ser a Palavra de Deus. Isso é uma atitude erradíssima, pois tanto a Bíblia Católica como a Bíblia Protestante deve ser considerada Palavra de Deus! A única diferença que há entre elas, é em relação ao número de livros, ou seja, a Bíblia Protestante possui sete livros a menos do que a Bíblia Católica. Esses livros são os seguintes: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc. A Bíblia Protestante também não contém as seguintes citações do Antigo Testamento: Dn 13-14 ; Est 10,4-16,24.
Como podemos manusear a Bíblia?
Para aprender a manusear a Bíblia, devemos antes de tudo, saber o que são capítulos e versículos. Os capítulos são as divisões que encontramos nos livros sagrados, os capítulos são denominados por algarismos. Normalmente, os capítulos aparecem em números grandes. Os versículos são as divisões que encontramos dentro dos capítulos, sua função é de auxiliarmos na localização das frases bíblicas. Normalmente, os versículos aparecem em números pequenos, que estão obrigatoriamente no meio do texto bíblico.
O que significa Pontuação Bíblica?
A Pontuação Bíblia vem a ser a forma que encontramos para manusear a Bíblia com maior facilidade. As principais pontuações bíblicas são as seguintes:
vírgula à separa capítulo de versículo. Exemplo: Dn 3,5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 5)
hífen à equivale ao "até". Exemplo: Dn 3,1-5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo de 1 até 5)
ponto à mostra versículos alternados. Exemplo: Dn 3,1.3.5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1, versículo 3 e o versículo 5)
"s" à mostra a continuação de um versículo. Exemplo: Dn 3,1s (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1 e 2).
"ss" à mostra a continuação de dois versículos. Exemplo: Dn 3,1ss (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1, 2 e 3).
Essas são as principais pontuações bíblicas, que normalmente usamos para manusear mais facilmente a Bíblia.
O que são abreviações bíblicas?
As abreviações bíblicas tem como finalidade, facilitar na hora de especificar o livro sagrado. A maioria das Bíblias, para não dizer todas, possui uma página com todas as abreviações bíblicas, para a consulta de todos os leitores.
Conclusão
Logo, chegamos ao conhecimento do que vem a ser a Bíblia e a sua importância para todos nós.
Basta agora, desfrutarmos daquilo que Ela pode nos proporcionar, e principalmente, praticarmos os ensinamentos daquele cujo é o seu centro: Jesus Cristo.
"Portanto, quem ignora as Escrituras, ignora Cristo"
Fonte: Cultura Brasil
D. Orani João Tempesta
Introdução
Através deste pequeno trabalho elaborado por mim, você poderá conhecer um pouco mais sobre este livro, que desperta o interesse de tantas pessoas: a Bíblia.
Tenho toda certeza, que ao final deste estudo, você saberá a importância que tem a Bíblia. Vamos "decolar" neste assunto tão interessante que é a Palavra de Deus. Boa leitura!!!
O que é a Bíblia?
A palavra Bíblia vem do grego, ela significa "coleção de livros". Nela contém a história da Salvação, desde a criação do mundo feita por Deus até as profecias da Segunda vinda gloriosa de Jesus, o Filho de Deus. Podemos, para um melhor entendimento, caracterizá-la como uma "grande carta" enviada por Deus à todos os seus filhos. Nesta carta contém o Plano que Deus preparou para cada um de nós.
Quando começou a ser escrita?
A Bíblia foi escrita durante muitíssimo tempo (aproximadamente 1.300 anos). Seu início ocorreu antes da vinda de Cristo, com as chamadas "traduções orais", que vem a ser as histórias que uns contavam a outros. Por volta de muito tempo atrás, os chamados escribas decidiram "passar para o papel" essas histórias. Com isso, pouco a pouco, a Bíblia foi sendo formada.
Quando terminou de ser escrita a Bíblia?
A Bíblia terminou de ser escrita por volta do ano 100 d.C., com o Apóstolo João Evangelista (que escreveu o Apocalipse).
Quem escreveu a Bíblia?
A Bíblia foi escrita por várias pessoas, mas foi inspirada unicamente por Deus. O Pai usou de pessoas como instrumentos seus para transmitir a sua mensagem.
Como a Bíblia é formada?
A Bíblia é formada por livros sagrados. São 73 os livros contidos na Bíblia. Desses 73 livros sagrados, 46 constituem o conjunto de livros do Antigo Testamento e 27 constituem o conjunto dos livros do Novo Testamento. Podemos afirmar então, que a Bíblia é dividida em duas grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. A palavra testamento significa aliança.
O que contém no Antigo Testamento?
O Antigo Testamento nos revela a Criação do mundo, as alianças que Deus fez com os homens, as profecias que anunciavam a vinda do Messias, a fidelidade e infidelidade do povo de Deus, e principalmente, a preparação do povo escolhido de onde viria o Verbo Encarnado.
O que contém no Novo Testamento?
O Novo Testamento possui quatro livros (Mateus, Marcos, Lucas e João) que contam toda a vida de Jesus Cristo, desde o seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Esses quatro livros formam um conjunto denominado evangelho. O Novo Testamento é também constituído por várias cartas (também chamadas epístolas), que foram escritas pelos apóstolos com o objetivo de direcionar a Igreja fundada por Cristo. Além do evangelho e das cartas, o Novo Testamento possui um livro que conta os primórdios da Igreja de Cristo e outro livro profético que revela a Segunda vinda gloriosa de Jesus, respectivamente, são eles: os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse.
Quais foram os idiomas usados para escrever a Bíblia?
Os idiomas bíblicos são três: o hebraico, o aramaico e o grego.
O Antigo Testamento, foi totalmente escrito em hebraico. Já, o Novo Testamento, foi escrito a maior parte em grego e uma pequena parte em aramaico (que vem a ser um dialeto do hebraico). Por curiosidade, o idioma que Cristo falava era o aramaico.
Quem traduziu a Bíblia?
Como já vimos, a Bíblia possui três idiomas de origem: o hebraico, o aramaico e o grego. Com o tempo, foram surgindo as traduções. Hoje em dia, a Bíblia é o livro mais traduzido no mundo inteiro. Isso foi graças ao esforço de muitos estudiosos da época. São Jerônimo é um grande exemplo disso, ele foi quem traduziu a Bíblia para o latim. Pouco a pouco, logo após a tradução para o latim, a Bíblia foi sendo traduzida em mais e mais línguas. Até chegar ao que temos hoje: o livro mais lido mundialmente.
Por acaso, podemos interpretar a Bíblia de qualquer modo?
A interpretação bíblia é algo muito importante, e NÃO devemos interpretá-la de qualquer modo. A Igreja Católica que vem a ser a Igreja fundada por Jesus Cristo, vem desde os seus primórdios adotando a tradição apostólica, ou seja, os ensinamentos de Jesus não foram deturpados e muito menos interpretados de modo diferente desde sua origem. Ao ler a Bíblia, devemos Ter bastante cuidado, pois muitos são as palavras estranhas, os exemplos difíceis de ser entendidos, e principalmente, muitos são os equívocos que cansamos de cometer ao tentarmos interpretar a Bíblia sem a ajuda de um padre, um catequista , ou seja, um conhecedor do assunto.
O mundo é repleto de seitas e religiões que pregam a livre interpretação. Essa atitude desregrada causa o que vemos ao nosso redor: o nascimento de seitas e mais seitas que pregam aquilo que der na telha do pastor ou daquele que fundou a seita. Por isso, vamos tomar cuidado!
Qual é a diferença entre a Bíblia Protestante e a Bíblia Católica?
Muitas são as pessoas que desprezam a Bíblia Protestante, dizendo não ser a Palavra de Deus. Isso é uma atitude erradíssima, pois tanto a Bíblia Católica como a Bíblia Protestante deve ser considerada Palavra de Deus! A única diferença que há entre elas, é em relação ao número de livros, ou seja, a Bíblia Protestante possui sete livros a menos do que a Bíblia Católica. Esses livros são os seguintes: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc. A Bíblia Protestante também não contém as seguintes citações do Antigo Testamento: Dn 13-14 ; Est 10,4-16,24.
Como podemos manusear a Bíblia?
Para aprender a manusear a Bíblia, devemos antes de tudo, saber o que são capítulos e versículos. Os capítulos são as divisões que encontramos nos livros sagrados, os capítulos são denominados por algarismos. Normalmente, os capítulos aparecem em números grandes. Os versículos são as divisões que encontramos dentro dos capítulos, sua função é de auxiliarmos na localização das frases bíblicas. Normalmente, os versículos aparecem em números pequenos, que estão obrigatoriamente no meio do texto bíblico.
O que significa Pontuação Bíblica?
A Pontuação Bíblia vem a ser a forma que encontramos para manusear a Bíblia com maior facilidade. As principais pontuações bíblicas são as seguintes:
vírgula à separa capítulo de versículo. Exemplo: Dn 3,5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 5)
hífen à equivale ao "até". Exemplo: Dn 3,1-5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo de 1 até 5)
ponto à mostra versículos alternados. Exemplo: Dn 3,1.3.5 (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1, versículo 3 e o versículo 5)
"s" à mostra a continuação de um versículo. Exemplo: Dn 3,1s (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1 e 2).
"ss" à mostra a continuação de dois versículos. Exemplo: Dn 3,1ss (Livro de Daniel, capítulo 3, versículo 1, 2 e 3).
Essas são as principais pontuações bíblicas, que normalmente usamos para manusear mais facilmente a Bíblia.
O que são abreviações bíblicas?
As abreviações bíblicas tem como finalidade, facilitar na hora de especificar o livro sagrado. A maioria das Bíblias, para não dizer todas, possui uma página com todas as abreviações bíblicas, para a consulta de todos os leitores.
Conclusão
Logo, chegamos ao conhecimento do que vem a ser a Bíblia e a sua importância para todos nós.
Basta agora, desfrutarmos daquilo que Ela pode nos proporcionar, e principalmente, praticarmos os ensinamentos daquele cujo é o seu centro: Jesus Cristo.
"Portanto, quem ignora as Escrituras, ignora Cristo"
Fonte: Cultura Brasil
quinta-feira, 8 de julho de 2010
O Cristianismo por trás de Nárnia – Alegorias, mitos e a Bíblia
Aslam significa leão. É um personagem que morre pelos outros e depois volta a viver. É filho do Imperador do Além Mar. Mudando de história, os judeus tinham uma promessa de um messias, o rei deles, filho de Deus, que viria a terra para salvá-los e morrer por eles. Chamavam-no de Leão de Judá. Para os cristãos, este é Cristo, que morreu e ressuscitou. Simples coincidências? Ecos da fé do escritor das Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis? Ou algo a mais?
As Crônicas de Nárnia são sete livros que C.S.Lewis escreveu nas décadas de 40 e 50. Sete, por sinal, é um número recorrente na história judaico-cristã, considerado o “número da perfeição” dentro da simbologia religiosa. Há leitores que insistem na ideia de que Nárnia é só mais uma história, só mais um livro dentro da literatura imaginária infantil. Mas são tantas as comparações com o cristianismo, que fica difícil achar que realmente não há semelhanças. Lewis, ele mesmo, já tinha sido ateu, mas tornou-se um cristão e escritor de diversos clássicos da teologia britânica do século XX, como Cristianismo Puro e Simples, Cartas do Diabo a seu Aprendiz e O Peso da Glória. Nada mais coerente do que transpor alguns dos seus conhecimentos – e, muitas vezes, teorias complexas – em sua literatura infantil. Da mesma forma, Lewis escreveu alguns livros mais adultos, entre estes a Trilogia de Ransom.
Nárnia, portanto, seriam histórias repletas de pequenas lições, alegorias das histórias bíblicas e apresentações de teorias de Lewis. Há quem diga que Nárnia pode ser até real, mas isso não há como discutir. Quando Lewis decidiu escrever os livros, provavelmente queria passar ensinamentos para as crianças, talvez dar uma chance delas conhecerem tudo aquilo que perderam junto com seus pais na II Guerra Mundial. Professor que era, apaixonado pela mitologia e ainda abrigando quatro crianças, nada mais normal da parte do escritor.
Para compreender o caráter alegórico, é preciso entender o significado desta figura de linguagem. Se a ‘metáfora’ é quando a identidade de algo é firmado com um atributo que tem em comum com outro elemento, ambos retirados da realidade e quase sempre usado de forma curta na literatura, este termo não basta para Nárnia. Já a ‘alegoria’, muitas vezes usada na retórica, é a “representação concreta de uma ideia abstrata”, muitas vezes mítica, expressa na fabulação (A Alegoria, Flávio R. Kothe). Nárnia é exatamente isto, a fábula composta para representar uma ideia; elementos concretos, nem sempre retirados da realidade, usados para significados abstratos.
Como o livre-docente em Crítica Literária e Literatura Comparada Flávio R. Kothe exemplifica, São Jorge e o dragão é uma história alegórica do bem e do mal. Nárnia, portanto, é uma alegoria do cristianismo, com a licença poética de Lewis. Kothe também lembra que há várias leituras possíveis das alegorias, nunca uma só interpretação, mas é necessário interpretar via exegese, ou seja, levando em conta o contexto histórico. Nárnia, por sua vez, sempre é melhor compreendida se estudarmos quando foram escritas e os outros escritos de Lewis.
O passado de Lewis, também, ajuda na compreensão de Nárnia. O caráter alegórico não é somente uma licença poética, uma figura de linguagem na literatura infantil cristã. Para Lewis tinha um significado mais especial na história de sua conversão ao cristianismo. Ateu convicto, Lewis, como ele mesmo contou em Surpreendido pela Alegria, um dia passou a acreditar em Deus. Mas era um mero teísmo, ele não estava convencido de que o cristianismo era real.
David Downing, em sua obra C.S.Lewis: o mais relutante dos convertidos, conta como no dia 1º de outubro de 1931 Lewis escreveu para seu amigo Arthur que não cria somente mais em Deus, mas em Cristo. O ponto da conversão ao cristianismo de fato teria sido uma conversa com o acadêmico Hugo Dyson e o escritor J.R.R. Tolkien (sim, o pai de O Senhor dos Anéis era amigo íntimo de Lewis, e estes três participaram de um mesmo grupo de discussões literárias). O aspecto final que faltava para Lewis se tornar um cristão era justamente ligado com a interpretação dele das mitologias, o que pode explicar o fato dele ter criado mais uma mitologia para dar eco ao cristianismo.
“(…) Os três haviam começando a falar sobre metáfora e mito logo após o jantar, continuando a conversa enquanto caminhavam ao longo do Addison’s Walk perto do alojamento de Jack no Magdalen College e só foram dormir às quatro da manhã. Essa conversa pode muito bem ser considerada o momento decisivo na vida de Jack [apelido de C.S.Lewis], pois o ajudou a resolver questões com que ele se vinha debatendo desde a infância. De modo específico, proporcionou-lhe um modo de entender a encarnação como o cumprimento histórico dos mitos do Deus-que-morre encontrados em muitas culturas. Tolkien e Dyson, que compartilhavam a reverência de Lewis pelo mito, pelo romance e pelos contos de fadas, mostraram-lhe que a mitologia revela sua própria espécie de verdade e o cristianismo é mitologia verdadeira. Lewis insistira que os mitos não passavam de ‘mentiras proferidas por meio de prata’, mas eles responderam que o mito era mais bem explicado como ‘um vislumbre real, embora desfocado, da verdade divina incidindo sobre a imaginação humana’. Argumentavam que um dos grandes mitos universais, o do Deus-que-morre em sacrifício pelo povo, mostra uma consciência inata da necessidade de redenção não por meio das obras pessoais, mas como dom proveniente de alguma esfera superior. Para eles, a encarnação [de Deus em Cristo] era o ponto principal em que o mito se tornava História. A vida, a morte e a ressurreição de Cristo não só concretizavam tipos do Antigo Testamento, mas também corporificavam – literalmente – motivos centrais encontrados em todas as mitologias do mundo. (…) Para Lewis, o cristianismo passaria a ser, dali por diante, a principal fonte de todos os mitos e histórias de encantamento, a chave de todas as mitologias, o mito que desabrocha em história.”
Fonte: Mundo Nárnia
As Crônicas de Nárnia são sete livros que C.S.Lewis escreveu nas décadas de 40 e 50. Sete, por sinal, é um número recorrente na história judaico-cristã, considerado o “número da perfeição” dentro da simbologia religiosa. Há leitores que insistem na ideia de que Nárnia é só mais uma história, só mais um livro dentro da literatura imaginária infantil. Mas são tantas as comparações com o cristianismo, que fica difícil achar que realmente não há semelhanças. Lewis, ele mesmo, já tinha sido ateu, mas tornou-se um cristão e escritor de diversos clássicos da teologia britânica do século XX, como Cristianismo Puro e Simples, Cartas do Diabo a seu Aprendiz e O Peso da Glória. Nada mais coerente do que transpor alguns dos seus conhecimentos – e, muitas vezes, teorias complexas – em sua literatura infantil. Da mesma forma, Lewis escreveu alguns livros mais adultos, entre estes a Trilogia de Ransom.
Nárnia, portanto, seriam histórias repletas de pequenas lições, alegorias das histórias bíblicas e apresentações de teorias de Lewis. Há quem diga que Nárnia pode ser até real, mas isso não há como discutir. Quando Lewis decidiu escrever os livros, provavelmente queria passar ensinamentos para as crianças, talvez dar uma chance delas conhecerem tudo aquilo que perderam junto com seus pais na II Guerra Mundial. Professor que era, apaixonado pela mitologia e ainda abrigando quatro crianças, nada mais normal da parte do escritor.
Para compreender o caráter alegórico, é preciso entender o significado desta figura de linguagem. Se a ‘metáfora’ é quando a identidade de algo é firmado com um atributo que tem em comum com outro elemento, ambos retirados da realidade e quase sempre usado de forma curta na literatura, este termo não basta para Nárnia. Já a ‘alegoria’, muitas vezes usada na retórica, é a “representação concreta de uma ideia abstrata”, muitas vezes mítica, expressa na fabulação (A Alegoria, Flávio R. Kothe). Nárnia é exatamente isto, a fábula composta para representar uma ideia; elementos concretos, nem sempre retirados da realidade, usados para significados abstratos.
Como o livre-docente em Crítica Literária e Literatura Comparada Flávio R. Kothe exemplifica, São Jorge e o dragão é uma história alegórica do bem e do mal. Nárnia, portanto, é uma alegoria do cristianismo, com a licença poética de Lewis. Kothe também lembra que há várias leituras possíveis das alegorias, nunca uma só interpretação, mas é necessário interpretar via exegese, ou seja, levando em conta o contexto histórico. Nárnia, por sua vez, sempre é melhor compreendida se estudarmos quando foram escritas e os outros escritos de Lewis.
O passado de Lewis, também, ajuda na compreensão de Nárnia. O caráter alegórico não é somente uma licença poética, uma figura de linguagem na literatura infantil cristã. Para Lewis tinha um significado mais especial na história de sua conversão ao cristianismo. Ateu convicto, Lewis, como ele mesmo contou em Surpreendido pela Alegria, um dia passou a acreditar em Deus. Mas era um mero teísmo, ele não estava convencido de que o cristianismo era real.
David Downing, em sua obra C.S.Lewis: o mais relutante dos convertidos, conta como no dia 1º de outubro de 1931 Lewis escreveu para seu amigo Arthur que não cria somente mais em Deus, mas em Cristo. O ponto da conversão ao cristianismo de fato teria sido uma conversa com o acadêmico Hugo Dyson e o escritor J.R.R. Tolkien (sim, o pai de O Senhor dos Anéis era amigo íntimo de Lewis, e estes três participaram de um mesmo grupo de discussões literárias). O aspecto final que faltava para Lewis se tornar um cristão era justamente ligado com a interpretação dele das mitologias, o que pode explicar o fato dele ter criado mais uma mitologia para dar eco ao cristianismo.
“(…) Os três haviam começando a falar sobre metáfora e mito logo após o jantar, continuando a conversa enquanto caminhavam ao longo do Addison’s Walk perto do alojamento de Jack no Magdalen College e só foram dormir às quatro da manhã. Essa conversa pode muito bem ser considerada o momento decisivo na vida de Jack [apelido de C.S.Lewis], pois o ajudou a resolver questões com que ele se vinha debatendo desde a infância. De modo específico, proporcionou-lhe um modo de entender a encarnação como o cumprimento histórico dos mitos do Deus-que-morre encontrados em muitas culturas. Tolkien e Dyson, que compartilhavam a reverência de Lewis pelo mito, pelo romance e pelos contos de fadas, mostraram-lhe que a mitologia revela sua própria espécie de verdade e o cristianismo é mitologia verdadeira. Lewis insistira que os mitos não passavam de ‘mentiras proferidas por meio de prata’, mas eles responderam que o mito era mais bem explicado como ‘um vislumbre real, embora desfocado, da verdade divina incidindo sobre a imaginação humana’. Argumentavam que um dos grandes mitos universais, o do Deus-que-morre em sacrifício pelo povo, mostra uma consciência inata da necessidade de redenção não por meio das obras pessoais, mas como dom proveniente de alguma esfera superior. Para eles, a encarnação [de Deus em Cristo] era o ponto principal em que o mito se tornava História. A vida, a morte e a ressurreição de Cristo não só concretizavam tipos do Antigo Testamento, mas também corporificavam – literalmente – motivos centrais encontrados em todas as mitologias do mundo. (…) Para Lewis, o cristianismo passaria a ser, dali por diante, a principal fonte de todos os mitos e histórias de encantamento, a chave de todas as mitologias, o mito que desabrocha em história.”
Fonte: Mundo Nárnia
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